sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Seminário Virtual – Grupo D – Seminário sobre Surdez profunda, conhecendo apenas LIBRAS para comunicação, não sendo oralizado nem conhecendo português.

Curso de especialização Tecnologias em Educação – PUC/RJ




Disciplina: Seminário Inclusão Tecnologias Assistivas

Atividade – Seminário Virtual

Turma: MT 08 ITA

Grupo D: Cristina, Elza, Fátima, Jaqueline,Jeremias e Katia

Mediadora: Gleice Brito

Seminário Virtual – Grupo D – Seminário sobre Surdez profunda, conhecendo apenas LIBRAS para comunicação, não sendo oralizado nem conhecendo português.



Surdez profunda, conhecendo apenas LIBRAS para comunicação, não sendo oralizado nem conhecendo português.

Segundo a Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, a surdez profunda é uma deficiência que afeta a personalidade, o relacionamento e todo o estilo de vida do indivíduo. Apresenta etiologias diversas, congênitas e adquiridas, algumas vezes ocasionando uma perda sensorial severa que incapacita o indivíduo a se comunicar normalmente e mesmo a ouvir sons ambientes simples como barulho de trânsito, sirenes e alarmes que constituem alertas na vida diária. Estes indivíduos são incapazes de escutarem sua própria voz e, portanto, não modulam a tonalidade da fala, tornando-a esteticamente ruim.

O indivíduo que nasce surdo certamente apresentará dificuldades na aprendizagem da linguagem oral, mas não significa que não poderá desenvolvê-la. A maioria dos tipos e graus de problemas da função auditiva tem possibilidade de melhora com o uso das próteses de amplificação acústica, porém os portadores das perdas sensoriais profundas somente podem obter ganhos com o implante coclear. Através das informações que chegam pelos nossos sentidos, inclusive auditivas, o indivíduo constrói seu mundo, memória, pensamentos, emoções e etc.

A falta de audição não afeta as capacidades intelectuais, mas limita a possibilidade de aquisição de conhecimentos transmitidos oralmente, prejudicando o desenvolvimento do raciocínio abstrato, já que haverá dificuldades em formar conceitos simbólicos, que não necessitem da exploração concreta dos objetos.

O indivíduo apresenta em certa medida uma dependência de outras pessoas e/ou instituições especializadas, como intermediadores de sua troca com o mundo e será aí que haverá o aprendizado da Língua de Sinais (LIBRAS) que proporcionará ao surdo uma integração social.

LIBRAS é a língua utilizada pela comunidade surda no Brasil. Diz-se língua e não linguagem porque possui uma estrutura lingüística própria, assim como qualquer outra língua falada no mundo. É possível estudar-se a LIBRAS em todos os seus níveis estruturais: morfológico, sintático etc. A linguagem é a capacidade que o homem tem de se expressar e, para tanto, ele pode utilizar meios não verbais, como gestos, desenhos, cores etc., não necessariamente a língua (linguagem verbal).

História da Língua Brasileira de Sinais

Na Língua Brasileira de Sinais, o canal perceptual é diferente, já que é uma língua de modalidade gestual visual, a mesma não teve sua origem da língua portuguesa; que é constituída pela oralidade, portanto considerada oral-auditiva; mas em uma outra língua de modalidade gestual visual, a Língua de Sinais Francesa, apesar de a Língua Portuguesa ter influenciado diretamente a construção lexical da Língua de Brasileira de Sinais, mas apenas por meio de adaptações por serem línguas em contato. Não se sabe ao certo onde, como surgem às Línguas de Sinais das comunidades surdas, mas consideramos que estas são criadas por homens que tentam resgatar o funcionamento comunicativo através dos demais canais por terem um impedimento físico, ou seja, surde

A verdadeira educação dos surdos começou com Pedro Ponce de Leon na Europa, dirigida para a educação dos nobres, onde tinha muitos alunos surdos, onde se dedicava ao ensino da fala, leitura, escrita e comunicação. Em 1756, foi criada em Paris, a primeira escola para surdos: Instituto Nacional de Jovens Surdos de Paris, onde os surdos adquiriram pela primeira vez o direito ao uso de uma língua própria.

O atendimento escolar especial às pessoas deficientes teve seu início, no Brasil na década de cinqüenta do século XIX. A primeira escola de surdos no Brasil foi criada pela Lei no 839, de 26 de setembro de 1857, por Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, voltado à educação literária e ensino profissionalizante de meninos com idade entre 7 e 14 anos; teve como primeiro professor Ernesto Huet, cidadão surdo francês, trazendo consigo a Língua de Sinais Francesa. Em 1929, é fundado o Instituto Santa Teresinha na cidade de Campinas SP, depois de duas freiras passarem quatro anos no Instituto de Bourg-la- Reine em Paris – França, a fim de ter uma formação especializada no ensino de crianças surdas, funcionava em regime de internato só para meninas surdas. Em 1911, seguindo os passos internacionais que em 1880 no Congresso de Milão proibira o uso da Língua de Sinais na educação de surdos, estabelece-se que o INSM passaria a adotar o método oralista puro em todas as disciplinas. Mesmo assim, muitos professores e funcionários surdos e os ex-alunos que sempre mantiveram o hábito de freqüentar a escola, propiciaram a formação de um foco de resistência e manutenção da Língua de Sinais. Em depoimento informal, uma professora que atuou naquela época de proibições (que durou, aliás, até a década de 1980) contou-nos que os sinais nunca desapareceram da escola, sendo feitos por debaixo da própria roupa das crianças ou embaixo das carteiras escolares ou ainda em espaços em que não havia fiscalização. É evidente, porém, que um tipo de proibição desses gera prejuízos irrecuperáveis para uma língua e para uma cultura.

Em 2001 foi lançado em São Paulo o Dicionário Enciclopédico Ilustrado de LIBRAS, em um projeto coordenado pelo Professor Doutor (Instituto de Psicologia/USP) Fernando Capovilla e em março de 2002 o Dicionário LIBRAS/Português em CD-ROM, trabalho realizado pelo INES/MEC e coordenado pela Professora Doutora Tanya Mara Felipe/UFPernambuco/FENEIS. Nacionalmente, a LIBRAS foi, recentemente, oficializada através da Lei n.º 4.857 / 2002, enquanto língua dos surdos brasileiros, o que, aliada à aceitação da LIBRAS pelo MEC, irá tornar a educação dos surdos e a vida dos surdos cada vez mais fácil.

A luta de defesa pela legitimidade da Língua Brasileira de Sinais culminou na

promulgação da Lei 10436 em 24 de abril de 2002 que no artigo 1, parágrafo único destaca:









O surdo não oralizado e sem conhecimento da Língua Portuguesa



Estudos tem evidenciado que, crianças surdas conseguem decodificar os símbolos escritos e geralmente não apresentam dificuldades grafêmicas, mas, na maioria das vezes, não entendem o que lêem (Lane, Hoffmeister e Bahan, 1996).

Existem várias razões para esse fracasso, mas um dos grandes problemas apontados é a falta do domínio da língua oral. Segundo Cárnio (1995) o atraso no desenvolvimento da leitura do surdo poderia ser decorrente da pobreza de experiências e trocas comunicativas, e não do seu nível de cognição e pensamento. Assim, havendo dificuldades no domínio de vocabulário, regras gramaticais, clareza e coesão de produção de enunciados, toda compreensão do processo de leitura ficaria prejudicado.

Na perspectiva do bilingüismo, podemos compreender que a aprendizagem da leitura é muito mais difícil para o surdo porque ele está lidando com uma língua diferente da sua, por exemplo, no Brasil os textos são escritos em português, que é uma língua diferente da LIBRAS.

Estudos apontam para a necessidade de os surdos adquirirem primeiramente a língua de sinais para, posteriormente, aprenderem a língua majoritária oral e/ou escrita. Este aprendizado seria similar ao da criança ouvinte (Drasgow 1993; Erting et al., 1989, apud Drasgow, 1993). Não existe uma relação direta entre método de comunicação e leitura, mas pesquisas apontam que crianças surdas filhas de pais surdos têm melhor nível acadêmico, talvez por estarem inseridas em seu ambiente lingüístico natural desde o nascimento de tal forma a utilizar todas as possibilidades da linguagem humana (Sanches, 1991, Behares, 1993).

Estudos ainda enfatizam a importância da língua de sinais para o desenvolvimento acadêmico, não analisam a leitura-escrita de indivíduos surdos que dela fazem uso.

Segundo Maria do Socorro Correa Lima em artigo na Revista Eletrônica de divulgação científica em Língua Portuguesa ressalta duas fases na Educação dos Surdos e ainda uma terceira, que seria contemporânea e está em construção. A primeira fase seria aquela constituída pelo “oralismo”, uma abordagem educacional que tem como objetivo a assimilação da linguagem oral, fazendo com que o aluno surdo se assemelhe ao aluno ouvinte. A segunda fase seria a de comunicação total, numa abordagem do uso da língua de sinais, propiciando uma ponte com o desenvolvimento da linguagem oral da criança surda. A terceira fase, em construção, seria a educação bilíngüe, proposta de ensino a ser utilizada nas escolas. Ainda são poucas as escolas que conseguem oferecer esta educação bilíngue: língua de sinais e língua portuguesa nas modalidades oral e/ou escrita.

Como seria o trajeto de um aluno com deficiência em uma sala inclusiva.

Perfil do aluno

Deficiência: Auditiva

Idade: 14 anos

Série: último ano do 3 ciclo



Integração do aluno na sala

Conversa prévia com os colegas de sala, explicando a situação do aluno. Será interessante dialogar com alunos formas de comunicação, como aquela do texto da unidade 04 (Dicas de comunicação com pessoas surdas ou com deficiência auditiva).

O professor irá conversar com a família, possíveis formas de comunicação com aluno, procurando saber se o mesmo se comunica apenas pela linguagem brasileira de sinais (LIBRAS), ou outros gestos que podem ser criados através da relação entre os dois. Bilhetes não seria o caso, pois seguindo as orientações, o educando não escreve.

A educação especial é um complemento da educação regular, podendo ser oferecida em contra turno. Por exemplo: no período matutino o aluno freqüenta a sala de aula regular, e no período da tarde lhe é oferecido aulas com um professor especialista.

Instalação de artefatos tecnológicos necessários.

O artefato mais comum que pode ser usado com esse aluno é o computador, e isso a maioria das escolas possui. Através de programas como msn, podem ser criadas aulas para estimular sua aprendizagem.

*Sugestão da integração do aluno em sala de aula pela professora Cristina



Não podemos nos esquecer, no entanto, que hoje em dia existem diversos recursos específicos para todo e qualquer tipo de deficiência. Para os Surdos existem vários dicionários on line de Libras, tradutores, programas de mensagens em Libras nos celulares, softwares específicos para surdos que podem auxiliar as aulas nos laboratórios de informática das escolas e tantos outros. Em vídeo no Youtube podemos encontrar o depoimento de uma surda que concluiu um curso de graduação (Pedagogia), cujo tema é “Inovações Tecnológicas sobre Comunicações Digitais p/ Surdos” O link é: http://www.youtube.com/watch?v=pbB6hC0N6HY e ainda no Cadernos CEDES vol.26, nº 69 encontramos um artigo relacionado às Tecnologias Digitais para surdos no seguinte link:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-32622006000200008&script=sci_arttext&tlng=pt, são poucas as escolas regulares que oferecem estes recursos mas escolas especializadas tem a obrigação de oferecer ao surdo esta oportunidade.



Bibliografia:

ALMEIDA,E. O. C. de. Leitura e Surdez: Um estudo com adultos não oralizados. Editora Revinter, 2000.

http://www.ines.gov.br/paginas/revista/espaco18/Espa%C3%A7o%20Aberto%2001.pdf – Acesso em 03/12/2009

REVISTA LETRA MAGNA

Revista Eletrônica de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Lingüística e Literatura - Ano 03- n.05 -2º Semestre de 2006

ISSN 1807-5193 - Acesso em 05/12/2009

Cadernos CEDES

Print version ISSN 0101-3262 Cad.CEDES vol.26 no.69 Campinas May/Aug. 2006

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-32622006000200008&script=sci_arttext&tlng=pt

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